31 julho, 2007

viagem medieval - sta maria da feira





Não vos interessará saber o que actualmente um habitante da cidade de Santa Maria da Feira pode pensar sobre a viagem medieval... Particularmente, quando se chega a casa e o pátio do prédio em que se habita, foi literalmente transformado em parque de estacionamento, abusivamente ocupado por automóveis (nomeadamente aos fins-de-semana) ou quando se deixa de conseguir levantar dinheiro em todas as Caixas Multibando da cidade. Mas isso sou eu, que ainda para mais, sempre tive uma qualquer psicose com as multidões: eu e as multidões não jogamos bem, temos uma incompatibilidade natural.


Contudo a Viagem Medieval em Santa Maria da Feira é algo que vale, indicutivelmente, a pena, pois não existe evento semelhante no país. E vale sobretudo para quem tenha miúdos pequenos. Ficam alguns conselhos para mais novos ou mais velhos: 1. Se decidirem vir ao fim-de-semana (sábados ou sextas) evitem chegar entre as 18 horas e as 22.30 horas - isso poupa-vos horas em filas; 2. Se decidirem chegar mais tarde (ou seja depois das 22.30) isso não significa perderem espectáculos, pois a animação é contínua e vale mais durante a noite; 3. Os melhores dias para vir à viagem medieval são os dias da semana, à tarde e á noite; 4. Livrem-se de vos ver estacionados no pátio do meu prédio; 5. Divirtam-se e por favor, dêm um salto ao castelo!


Aqui fica o site para mais informação (viagem medieval) e o programa em pdf (programa). E esqueçam aparecer armados em mediadores: isto agora é medievalesco, e a resolução de conflitos só se pode fazer com cabeças cortadas!!

30 julho, 2007

the poisoned mondays antidote


"I see a different you" - the koop, compost records, 2006.

27 julho, 2007


madonna - jump, confessions tour, 2006. Bom fim-de-semana!

... not any more, old chap!

Isto da justiça restaurativa e dos mecanismos alternativos de resolução de conflitos têm uma raiz anglo-saxónica - pelo menos é das coisas que ainda vou recordando das aulas no Vila Galé. Lembro-me de resto de a Nova Zelândia ter sido falada a propósito dos maoris e da respectiva cultura e de como foram encontrados mecanismos de resolução de conflitos a propósito das suas tradições ou a partir delas. Lembro-me de a Austrália haver de ser incluída neste pequeno grupo de percursores da justiça restaurativa e do exemplo que tivemos oportunidade de visualizar das Comissões de Justiça e Reconciliação na África do Sul.
Por outro tipo de razões menos óbvias e se calhar menos nobres, mas sempre a propósito dos anglo-saxões e da Justiça Restuarativa, nos Estados unidos da América houve idêntica abordagem durante os anos 60 e 70 a conflitos de carácter social e outros, que a certa altura foram assumidos como um compromisso político de intervenção exclusivamente estatal por George MacGovern e que tendo apresentado tal pacote intercencionista como um compromisso eleitoral enquanto candidato presidencial pelo partido democrático contra Nixon, tal correspondeu (e corresponde ainda!) à maior derrota de sempre do partido democrático contra os republicanos.
Isto a propósito dos anglo-saxões originais (os europeus) e do curioso facto de Cherie Booth (cherie "tony blair" booth, para os amigos) ter tido o trabalho de intervir na BBC Radio sobre esta mesma temática, fazendo-o de um modo curioso e algo "envangélico", intervenção que de resto se disponibiliza (para ler aqui).
Enfim, tudo isto para sublinhar a circunstância de que, sendo históricamente a Grã-Bretanha de difícil conquista - quer porque geográficamente tal nunca se afigurou tarefa fácil (Napoleão que o diga!) quer porque os britânicos sempre foram e são muito ciosos de todas as suas instituições - isso parece também estar a mudar, pelo menos no que á justiça restaurativa diz respeito... Cherie Booth dixit*.

* que o diga!

25 julho, 2007

23 julho, 2007

estado = mediação = fragilidade

Curiosamente e na sequência do post anterior(estado vs.mediação vs. estado) sei por linhas travessas, que mais gabinetes de mediação familiar se preparam para abrir, tornando-o num mecanismo de resolução de conflitos generalizado e naturalmente, com exclusivo patrocínio estatal.

Para quem aja com mais benevolência relativamente a mais esta iniciativa do estado-previdência (porque de algum modo se inscreve e aceita políticamente e ideológicamente tal intervenção) tal poderá constituir mais uma óptima iniciativa, situação que de resto pode reforçar a convicção de muitos em prosseguir adstritos às respectivas opções políticas e ideológicas.

Como é evidente, tudo é de salutar e ainda que não concorde com a linha que é adoptada na concretização de tais gabinetes de mediação familiar (por razões de que adiante se falará) a iniciativa não deixa de ter méritos (quanto mais não sejam, aqueles que decorrem da publicitação a dar aos meios alternativos de resolução de conflitos).

Contudo o que aqui se escreve, tem em mente, não os entusiastas de determinadas opções políticas e aqueles a quem a problemática da mediação é algo de relativamente inócuo, mas sim aqueles que como nós, frequentaram um curso de formação sobre tal matéria e experienciaram as dificuldades que a mesma envolve, no seu desenvolvimento e conclusão, nomeadamente, a mediação levada a cabo no âmbito familiar.

Pela sua particular natureza e pelo conjunto de questões vasto e sensível - até para o próprio êxito da mediação familiar - esta deve ser objecto de uma abordagem cuidadosa, pormenorizada e estratificada (faseada) que permita a conveniente gestão de todo o conjunto de problemas que acarreta. Da experiência que tivemos - e a minha quando comparada com os colegas que já frequentaram o curso de mediação familiar do imap, é pouca - uma coisa desde logo resulta: a de que por exemplo, o trabalho em equipa, pode ser determinante no suporte de uma mediação tão complicada como aquela que normalmente se nos afigura, quando se trata de família.

Ora, aquilo que se perspectiva nos futuros e actuais gabinetes de mediação familiar, é o puro decalque do que se encontra estabelecido para os julgados de paz: um único mediador, sobre o qual será despejada toda a conflitualidade latente (interna e externa) da relação familiar a qual o mesmo enfrentará sozinho, tendo posteriormente, se sobreviver áquela primeira fase, contruir a segunda, ou seja a das alternativas e soluções.

Acresce a esta mesma situação de clara debilidade de quem efectua a mediação (porque actua sozinho perante a possibilidade de alarvidades e monstruosidades) existe uma outra circunstância perversa: a de que independentemente do resultado, 90 euros já cá cantam... O que naturalmente levanta a questão sobre o empenho que alguém deixado só, pode ter na efectiva mediação do conflito!

A pergunta pois é a seguinte: se era para edificar algo manifestamente débil nas soluções que propõe e que terá uma taxa de sucesso, naturalmente mais reduzida do que a que seria expectável (caso existisse um verdadeiro empenhamento na construção de uma solução viável e flexível, ainda que estatizante) para quê edificá-la e sustentá-la com um "output" logo á partida, reduzido. Não seria melhor, poupar nos impostos e deixar que o mercado e a inciaitiva das melhores soluções (nomeadamente aquelas que permitem o tratamento das questões em equipa) tomassem o respectivo espaço? Seguramente que a mediação familiar seria melhor servida deste último modo.

Acreditem-me: continuo severamente irritado!!

the poisoned mondays antidote

"seven days in sunny june" - jamiroquai, dynamite lp - sony music, junho 2005.

19 julho, 2007

estado vs. mediação vs. estado

Algumas coisas precisamos de ver definidas. Uma delas é saber de que lado está a mediação: se é algo que deve ser entendido como uma prestação que incumbe principalmente ao Estado (ou seja, como um bem público assegurado pelo Estado e pelos impostos, ao serviço da comunidade) ou se pelo contrário entenderemos a mediação como algo prestado privadamente, definindo-a como uma actividade individual, sujeita ao mercado e á competência de quem a efectua. O estado não metia o bedelho e nós seríamos poupados em impostos.
Isto a propósito da recente abertura de gabinetes de mediação familiar em diferentes cidades do país, das quais agora apenas me lembro de Braga (acho que serão mais umas quatro ou cinco). Não me importo de dar opinião acerca desses factos, ainda que sejam poucos - ou nenhuns - os que se darão ao trabalho de ler...
Não vejo qualquer dificuldade ou incompatibilidade de exercício da mediação, que requeira a intervenção Estatal. É mais ou menos como sermos economistas e estabelecermo-nos como consultores abrindo uma empresa de consultadoria. Qual é o problema? Será idêntico no caso de serem contabilistas, médicos, advogados, psicólogos, agricultores (com quintas biológicas!): estabelecem-se porque supõe o domínio da profissião (o que é sempre mentira no início, mas supera-se) e á custa do seus esforço e da competência que demonstrem, ganharão muito ou pouco dinheiro. É simples e ninguém pagará mais impostos com isso. Pergunto pois: em que é que poderá ser diferente a mediação? Para mim, em nada...
Contudo é o Estado quem cria tais gabinetes de mediação e aparentemente fá-lo no proprósito de estabelecer uma rede - ainda para mais, relativamente a algo que é eminentemente indiviudal e profundamente pessoal, como sejam as relações familiares: é o estado que cria as instâncias para a regulação de relações familiares e não o indivíduo ou indivíduos que criam a oportunidade para que tal regulação aconteça (o que é filosóficamente mais bonito e no meu entender, mais que bastante!). Sobretudo porque daqui decorre um problema económico: a do Estado concorrer deslealmente com um mercado que poderia perfeitamente estabelecer-se, ganhando raiz. A intervenção do Estado pronuncia o boicote em definitivo do surgimento de uma actividade como a mediação e a sua sustentação futura à custa de funcionários (nem que seja a recibo verde)!
A mediação deve pois ser uma prestação social que cumpre ao Estado (porque este, com a sua intervenção excluíu a possibilidade de um mercado e da respectiva concorrência) ou pelo contrário, deve a mediação ser actividade livremente desenvolvida (ainda que regualmentada) sujeita às leis e à competência no mercado?

Acreditem-me: estou um bocado irritado!


PS: obrigado ana pelo e-mail.

16 julho, 2007

the poisoned mondays antidote


"sure thing" - saint germain, touriste album, bluenote 2000.

13 julho, 2007

algum tempo depois ...


começo a interrogar-me se me terei esquecido de tudo. Se todas aquelas batalhas que travamos uns com os outros em simulações, em mediações mais ou menos fictícias e a análise a que depois todos nos remetiam em grupo, se terão presentemente esfumado. Duvido se serei capaz de voltar a reproduzir todo o enquadramento teórico que sustentavam as disputas e o roteiro mental a que nos obrigava.

Se assim for, que permaneçam os filmes (este pelo menos é difícil de esquecer!)...


neighbours de norman maclaren - 1952, national film board of canada.

09 julho, 2007

a mediação impossível?

joe berardo


capitalismo chinês

the poisoned mondays antidote

"dancing in the moonlight" - toploader, onka´s big moka album, 2000.

04 julho, 2007

mediação de conflitos na rádio


Hoje no Rádio Clube Português, a mediação de conflitos estará em debate entre as 17 e as 18 horas. Frequências RCF: 92.9 - Braga; 90.0 - Porto; 97.4 - Vila Real; 94.4 - Aveiro; 98.4 - Coimbra; ou ouvir aqui n´aperguntacircular.blogspot.com.

02 julho, 2007

the poisoned mondays antidote


blondredhead: "23". Editado por 4ad, 2007.