27 abril, 2007

esclarecimento

As sondagens que presentemente decorrem em aperguntacircular.blogspot.com, asseguram a total confidencialidade sobre a origem e sentido de voto daqueles que nelas participem. Essa mesma confidencialidade decorre não só do sistema de voto fornecido pela polldaddy.com, mas também e sobretudo, da total inabilidade informática do promotor!

Feito o esclarecimento - que me foi colocado, de resto, com toda a propriedade! - votem pr´aí!!

onde estavas tu na tarde de 25/04?


Não, não estava no curso IMAP...

20 abril, 2007

questões morais


Confesso que nunca li “uma teoria da justiça” do John Rawls (muito embora o tenha em casa) tal como, depois da filosofia do direito no 5.º ano da faculdade, nunca mais li o que quer que fosse sobre o conceito de “Justiça” e os filamentos filosóficos e normativos que o poderão estruturar. Nessa medida, o que seguidamente se segue, não é senão um exercício académico, necessariamente especulativo, a partir do qual, o único resultado que no seu final se poderá ter como assente, será o particular gozo que deu a sua escrita ao ora especulador e diletante.

Depois da aula de ética e da deontologia da mediação dada pelo Pedro, perguntei-me sobre o seguinte: a mediação, é permeável à Justiça? Pode toda a mediação ser efectivamente Justa? Esse sentido e conceito, deve, de algum modo, estar presente no desenvolvimento da mediação?

É dado por assente que toda e qualquer norma constitui uma valoração. Essa valoração decorre, ou deverá ser necessariamente, uma emanação daquilo que um determinado Estado, num dado momento e lugar, entende o dever-ser uma sociedade Justa – a norma transforma-se assim num veículo de aplicação de uma determinada ideia de JUSTIÇA.

A MEDIAÇÃO não é estranha a toda esta construção, desde logo pelo facto de nenhum acordo ser possível – e logo nenhuma mediação ser possível – quando dela resulte a ilegalidade, a inviabilidade do acordo por desconformidade com a norma. Quando assim acontece, a INJUSTIÇA da mediação resulta antes, por um referente objectivo: a norma.

Contudo e como bem sabemos, ainda que o resultado (todo e qualquer resultado, emane ele de mediação, ou de sentença) seja conforme à norma, ele não é necessária e imediatamente JUSTO. A neblina é algo inerente à JUSTIÇA e nela são raros os dias limpos e cristalinos. E se a verdadeira justiça é quixotesca à partida (cavalgando-se, como se tem que cavalgar por repartições e papelada dos Tribunais) que diremos dela quando requeremos de dois ou mais indivíduos (a maior parte das vezes emocionalmente desavindos, incertos de sentimento e de razoabilidade) que componham aqueles seus interesses de um modo JUSTO - porque, queiramos ou não, será isso que pretendem e isso mesmo estruturará o seu discurso e respectiva ideia de resultado?

Poderemos sempre sizer, que JUSTO será, na medida em que resultou do esforço e do acordo de ambas as partes e se por aí nos estancarmos, não questionando… O dilema é idêntico sempre que nos limitarmos a subsumir a norma: aplicamo-la, mas com a sua aplicação fizemos verdadeiramente JUSTIÇA? Há que fazer pois, o percurso uma pouco mais para diante, assim como necessariamente o deveremos fazer quando nos parece questionável o acordo alcançado, à luz da lei. A pergunta necessária é: VALE TODO E QUALQUER ACORDO EM MEDIAÇÃO, AINDA QUE CONFORME À LEI?

E como fica o MEDIADOR no meio de toda esta questão? Deve ele ser, tão só, o elemento neutro, o mero mecanismo comunicacional ao serviço da redenção da partes, o elemento que deve permanecer além de todas estas questões?

Se assim for, fica igualmente a pergunta: então porquê a ÉTICA e a DEONTOLOGIA ne mediação? É ela uma ética e uma deontologia elíptica, preocupada apenas com o seu centro e nunca com a periferia do que toca?

No meio dos dilemas – no meio também, da vaidade e do diletantismo – fica um fio de luz: ninguém como Kant se empenhou tanto acerca das condições para uma MORAL e uma ÉTICA, que partindo da condição individual e piedosa de cada um, houvesse de alcançar uma projecção universal. Com Kant, creio que a MEDIAÇÃO partilha esse propósito e essa preocupação de individualismo e do respectivo “empowerment”. Dele segue o fio de luz:

“Age de tal modo que a máxima da tua acção, possa valer como lei universal.” Da Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, Emmanuel Kant, 1784.

Fica pois a interrogação: deverá a mediação ser permeável a Kant? Se eventualmente assim não for, ou dever ser, então apenas eu, terei sido permeável à vaidade.

please, give me some baloons


É patético e infantil, eu sei, mas 10 minutos rebentando balões - ou fazendo outra parvoeira qualquer - poderia revelar-se profilático e dispor-nos ainda mais para as apresentações, simulações e reflexões posteriores.... please, give me some baloons!!!

10 abril, 2007

o indivíduo, é o que importa


Há uma coisa que me parece se vem tornando manifesta para muitos de nós que frequentam o curso de mediação: a de que nos havíamos encerrado num modo unívoco de abordar e resolver os conflitos e de que nesse encerramento, nos preparávamos para afundarmo-nos com todo o restante sistema. Encontrar a solução para o colapso eminente de todo um sistema de administração de justiça, foi fácil : bastou encontrarmos e repormos novamente como centro de tudo, todo e cada um de nós, na sua dimensão individual e irreptível, a vontade que nos é própria e suficiente. O INDIVÍDUO, pode e deve ser o centro de tudo, em vez de o diminuirmos e o abafarmos perante um SISTEMA, que a determinada altura se lhe sobrepõe e lhe retira a importância que era a sua, enquanto indivíduo.

Em tudo o que denuncia de arbitrário, de irracional, "O Processo" de Kafka e a personagem K. - o bancário primeiro acusado, depois punido, sem lhe houvessem sequer dito o motivo - não é senão o espelho dessa aniquilação individual em que entretanto se constituiu o exercício da Justiça no país: cada um de nós, será muitas vezes a última peça de todo o sistema e não aquela em atenção da qual, o mesmo deveria funcionar.

O que importa pois é o indivíduo, reconhecer-lhe mecanismos aonde ele mesmo possa expressar a respectiva individualidade, a sua autonomia perante os problemas e não desenvolver uma cultura de permanente TUTELA estatizante sobre as respectivas capacidades, retirando-lhe ou secundarizando-lhe a iniciativa, como tem vindo a ser a tradição no nosso país.

Esse facto - a reposição do indivíduo como ser capaz e centro da iniciativa e resolução de conflitos - não será estranha uma certa tradição liberal sul-americana (ou americana de uma forma geral) de que o Prof. Vezzulla será tributário, por contraposição a um certo estatismo racionalista, de inspiração europeia e continental, aniquilador de uma visão individualista do Homem, que tem sido o paradigma em muitas das soluções perfilhadas pela Administração da Justiça e nas quais ela mesma se encerrou.

Será sem dúvida boa a MEDIAÇÃO DE CONFLITOS em tudo aquilo em que repõe o indivíduo como senhor de si mesmo, ente autónomo de decisão e de capacidade, enquanto veículo que altere o quadro de permanente tutela e de condicionamento (estreitamento) pelo Estado, de cada uma das opções que a cada um se lhe oferece. Para que um dia o nosso livro não comece como o de Franz Kafka: "Someone must have been telling lies about Josef K., he knew he had done nothing wrong but, one morning, he was arrested."

06 abril, 2007

timing

Ontem arranjei tempo e disposição para ordenar e furar as folhas dos apontamentos que fui tirando pelas aulas e arranjar tudo, devidamente, cronológicamente, na respectiva pasta. Olhei as fotocópias dos três estarolas e consegui que ficassem de lado, para ler...

Acham que vou atrasado?

05 abril, 2007

boa páscoa

CARAVAGGIO
Taking of Christ. 1598.
Oil on canvas, 133,5 x 169,5 cm.
National Gallery of Ireland, Dublin

mitos sobre a mediação

Alguns advogados, ao estimularem o acordo entre os seus clientes, ou ao realizarem um divórcio por mútuo consentimento, por exemplo, pensam estar a realizar uma mediação. Na realidade, sem uma formação específica, ninguém pode afirmar categoricamente que faz mediação, pois esta exige conhecimentos ao nível das técnicas de comunicação, dos aspectos psicológicos do conflito e das relações de poder e outros temas que vão muito além de um curso de Direito.Nesse sentido, o advogado Jorge Veríssimo, no seu artigo“Tem dúvidas sobre a Mediação? Consulte o seu Advogado”, do Boletim da Ordem dos Advogados, afirma que, diversamente do que se imagina, não existe apenas uma técnica de mediação; na verdade, há diversas abordagens e variados métodos, cuja utilização vai depender de factores como a personalidade do mediador, das pessoas envolvidas no conflito e da questão a ser mediada. Por isso, segundo este advogado, “os mediadores devem na sua formação adquirir técnicas diversas para que melhor possam escolher a mais adequada”, salientando a importância da formação do mediador:“Todos nós temos ouvido dizer que ‘ou se nasce mediador ou não’ e que será uma aptidão a desenvolver por quem a possua ou um talento resultante da prática.No âmbito mais restrito dos advogados, qualquer um, com a sua prática de anos de negociações que, com maior ou menor frequência, desembocam em acordos, se tem na conta de um bom mediador, sem que tenha tido qualquer formação em mediação.Nada mais falso: o talento nesta matéria não chega...O mediador deve assimilar um mínimo de conhecimentos, técnicas de conhecimentos, prestar-se a um treino simples, mas concreto, e aceitar uma autoavaliação que evidencie as suas fraquezas e a sua necessária correcção. E para além da formação específica, é aconselhável a formação contínua.A corroborar o que se acaba de expor, do elenco de requisitos para ser mediador constantes da Lei n. 78/2001, de 13 de Julho, encontramos o de ‘estar habilitado com um curso de mediação reconhecido pelo Ministério da Justiça’ (art. 31 al. d.).Naturalmente, para além da formação contínua, ainda que alguns possam revelar-se excelentes mediadores logo após terem seguido uma formação, a experiência é indispensável.Deve reconhecer-se que, dada a novidade da mediação, em Portugal e também na Europa, são ainda raros os mediadores experimentados em áreas como a família, penal e laboral. É a sua divulgação que permitirá que a experiência se desenvolva com benefício para todos.Na escolha do mediador são habitualmente mais importantes as suas capacidades do que a sua familiaridade com a matéria do diferendo.Como afirma o ditado popular, “de médico e de louco todos temos um pouco”. Talvez possamos acrescentar, “de médico, de louco e de mediador, todos temos um pouco”. No entanto, assim como o exercício da medicina não requer apenas boa vontade, mas um diploma, ser mediador não é apenas uma questão de talento – é necessária uma formação inicial e contínua, além de uma prática constante.

isabel pinto.


Nota: o presente texto foi inicialmente publicado pela isabel pinto como comentário a um outro texto do presente blog. Contudo, entendeu-se publicá-lo directamente de modo a que o mesmo pudesse ser acedido de uma forma directa e não secundariamente, como sucedia anteriormente.

04 abril, 2007

erro técnico

por erro manifesto na estruturação do presente blog, este não permitia comentários por quem não se encontrasse registado. O problema foi entretanto resolvido e neste momento poderão ser efectuados comentários por quem aprouver, independentemente de registo prévio .


Pelo facto a que naturalmente NÃO somos alheios, pedimos desculpa. E emissão segue dentro de momentos ...

02 abril, 2007

conferência sobre mediação de conflitos


III ciclo de conferências mediação e informação.


20 de abril de 2007 - faculdade de direito da universidade católica portuguesa (ver folheto).


nota: informação gentilmente remetida por e-mail pela maria josé.


and the oscar goes to...

Não creio ser o único que se tem impressionado com a capacidade dramática de alguns dos colegas do curso. A simulação de mediações tem sido palco para verdadeiras performances dramáticas, cujo realismo às vezes nos confunde e nos torna difícil mantermos a compostura... De algum modo é o empenho efectivo na mediação que torna muitos, verdadeiros actores - a sala spielberg, coppola ou kubrik poderão ter alguma coisa a ver com esse mesmo efeito.
De qualquer forma, e porque se considera que esse esforço dramático deve ser objecto de alguma compensação, propõe-se a criação de um prémio "best actor/actress in a leading role" que resultará de uma sondagem a montar e a efectuar no presente blog, sugerindo-se que se apresentem candidatos através de comentários no presente post. Eu já pensei numa primeira selecção... Os IMAPES serão distribuídos no Kodak Theater em espectáculo a anunciar...