Há febre mediadora: é o governo que lhe planta o vírus. E essa infecção vai cobrindo o território. Recebo mais uma newsletter do imap e em breve abrirá mais um centro de mediação familiar em Leiria.
Já houve aqui oportunidade de discutir e mesmo questionar esta opção governativa de abrir centros de mediação, por simples recurso a mediadores que prestam serviço junto dos Julgados de Paz (como creio ser a situação definida para Braga e outros locais). E questionar essa mesma solução apadrinhada pelo governo, é perguntar em que medida um único mediador é capaz de providenciar de um modo útil a todo o conjunto de questões que a mediaçãoa familiar envolve (emocionais, jurídicas, económicas entre outras). Se o propósito (ou a febre!) se revela bem intencionada, ela falha no modo e no modelo através do qual se pretende abordar o conflito familiar: o modelo é curto e naturalmente a sua tendência é para soçobrar perante a complexidade que o conflito familiar envolve.
Isto era o fundamento principal do raciocínio que se teve oportunidade de desenvolver aqui, aquando do anúncio da abertura daqueles centros de mediação familiar em braga, porto e outros locais.
Se se recordam (ou seja, se até vão lendo estas coisas que por escrevo) estive para arrumar as botas – não que a vontade fosse muita, mas semelhante coisa chegou a passar-me pela cabeça: achar que perante o quadro que se desenha haverá pouco espaço para “mavericks”, para “freelancers” malucos que abordem a mediação numa perspectiva liberal e individualista, instalando-se por risco e conta própria.
Contudo, não arrumei as botas. Aliás estou a ver se as calço e se me faço como o Maradona, marcando golos com a ajuda da mão e de Deus, fazendo passar a bola por cima do Peter Shilton português, o Estado … E nesses mesmos desenvolvimentos, nessas conversas visando o estabelecimento de um projecto de mediação, houve algo que o meu interlocutor me chamou a atenção quando lhe falei desta ambição protagonizada pelos Estado e da estrutura que pretende ver implementada na mediação familiar, algo que me disse e que no fundo acresce a todas as outras razões para o pessimismo que aqui venho demonstrando.
Isto era o fundamento principal do raciocínio que se teve oportunidade de desenvolver aqui, aquando do anúncio da abertura daqueles centros de mediação familiar em braga, porto e outros locais.
Se se recordam (ou seja, se até vão lendo estas coisas que por escrevo) estive para arrumar as botas – não que a vontade fosse muita, mas semelhante coisa chegou a passar-me pela cabeça: achar que perante o quadro que se desenha haverá pouco espaço para “mavericks”, para “freelancers” malucos que abordem a mediação numa perspectiva liberal e individualista, instalando-se por risco e conta própria.
Contudo, não arrumei as botas. Aliás estou a ver se as calço e se me faço como o Maradona, marcando golos com a ajuda da mão e de Deus, fazendo passar a bola por cima do Peter Shilton português, o Estado … E nesses mesmos desenvolvimentos, nessas conversas visando o estabelecimento de um projecto de mediação, houve algo que o meu interlocutor me chamou a atenção quando lhe falei desta ambição protagonizada pelos Estado e da estrutura que pretende ver implementada na mediação familiar, algo que me disse e que no fundo acresce a todas as outras razões para o pessimismo que aqui venho demonstrando.
Pergunta ele: estarão as pessoas disponíveis para se dirigirem a um gabinete de mediação familiar para aí se exporem intimamente, como se o procedimento mediador fosse comparável ao levantamento de uma certidão? No… A camada da população mais desfavorecida (e mais sujeita ao preconceito) estará disposta a dirigir-se nesses mesmos termos aos Gabinetes de Mediação Familiar e expor-se do mesm modo? No… É possível tratar e dirigir uma resposta a algo tão subterrâneo como a violência familiar, os maus tratos, os abusos, a ignorância, abrindo portas como quem abre uma loja do cidadão? No…
Era precisamente isso que o meu interlocutor se perguntava e tais perguntas passaram a ser de igual modo minhas interrogações e que no fundo, acrescem àquelas que acima já dei nota.
É também por isso que não arrumei as botas. Porque creio haver algo que pode ser melhor estruturado e que defenda melhor a debilidade de quem procure a mediação familiar… Vamos ver ser surge uma melhor luz ao fundo túnel e se vou a jogo com uma boas botas…
Era precisamente isso que o meu interlocutor se perguntava e tais perguntas passaram a ser de igual modo minhas interrogações e que no fundo, acrescem àquelas que acima já dei nota.
É também por isso que não arrumei as botas. Porque creio haver algo que pode ser melhor estruturado e que defenda melhor a debilidade de quem procure a mediação familiar… Vamos ver ser surge uma melhor luz ao fundo túnel e se vou a jogo com uma boas botas…
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